terça-feira, 15 de abril de 2014

ESTRELA DA VIDA INTEIRA























Estrela da vida inteira
MANUEL BANDEIRA
Editora Nova Fronteira

Há que olhar o que este frágil senhor olhava.
Passa um cortejo fúnebre,
há homens extremamente ocupados para olhar,
todos ocupados com suas vidas,
ocupados com suas meias lisas em sapatos novos.
Segue o cortejo,
talvez vá o defunto de meias lisas em sapatos novos.
O velho Manuel, o Bandeira,
anda à volta com seus sapatos velhos e meias ásperas,
igualmente aqueles que tem sapatos usados
- não necessariamente 'Poetas'-
porém conhecedores de meias e de pés,
esses vão pela chuva, pelo sol e lamaçal.
Vai o defunto, com extrema certeza, seus dedos dos pés apontam para o céu.
Já os homens extremamente ocupados,
sequer sentem as meias e os sapatos.
(No livro, vi estas cenas) - pelas lentes dos homens sem Bandeiras -.
Vale a leitura.


2 comentários:

  1. Pela vida, vamos pisando terras ásperas, com sapatos velhos ou pés descalços... Insistimos em erguer a bandeira do nosso corpo, enquanto a vida respirar pelos poros, à espera de, um dia, encontrarmos nossa Pasárgada.
    Salve, Bandeira!

    ResponderExcluir
  2. Salve, Fátima!
    Vamos içar o "Bandeira", velho poeta, novo poema.
    Abraço

    abraço

    ResponderExcluir